Acerca de mim

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Sou apenas um pontozinho no Universo. Não existo fora de mim ou deste espaço, alguém me criou e aqui nasci. Mas nascer é o quê, começar a existir ou a viver? Cada dia encontro uma resposta, em cada dia uma resposta diferente. Por isso nada sei do que eu sou.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Quanto baste

 
Não importa a fé que tenho, se ela é grande
ou pequena. Basta que seja suficiente
para acreditar em ti, para confiar em ti.

O que é pouco nunca o é se nos basta,
o que é muito se é de mais se esbanja.

A fé que tenho é a certa, é a justa na medida
da minha vida. E me basta, me completa
na medida certa. Nem de mais, nem
de menos. Mas quanto baste para eu crer
que é bom viver.

Maria da Luz S.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Marcas

 
Ficaram marcados na memória os momentos.
 
Já passaram mas continuam a passar no tempo,
lá onde te esperei. Foi-se o dia mais cinzento,
a primavera apetecida, o sonho em movimento.
 
Só a memória permanece fiel ao que vivemos.
 
Maria da Luz S.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Cais


Partiste na manhã de um frio mês, embarcaste no
comboio com bilhete de ida e volta. Tinhas o bilhete
mas não chegou a haver volta, não houve outra vez nós,
o romance, o aconchego. Tiveste talvez medo, o comboio
a apitar e a afastar-se de quem foste.

Pombo ou pássaro, esse o teu destino. Andorinha
em nenhuma primavera, era eu no cais.

Lu

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ainda a dor

 
É difícil recordar o que passou. Tantos dias e noites
sem te ter, sem te falar. Nos meus olhos a dor
de quem sentiu abrirem-se as marés e entrar o mar.

Maria da Luz S.
(Lu)

domingo, 3 de março de 2013

Já não há boleros



Já não há boleros, a
nossa dança é um vira ou um malhão.
Na eira a espiga vai secando, ressequindo a vida.
No coração da noite a lua espreita
o luar convida a um passeio junto ao rio.

A solidão no banco onde
outrora nos sentámos. O rio correndo.
Entre as pedras a saudade, o vazio que ficou.
O sonho de uma dança nos teus braços.

Já não há boleros.

Maria da Luz S.
(Lu)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Silêncio e canto

 

Levanto-me do chão, no completo
silêncio das searas. São grilos os que cantam
cigarras ou as moças no caminho?

Escuto vozes assombradas, o vento
traz-me os sons que ali roubou.
Procuro o teu caminho, o fado que cantavas
as esperanças que espalhavas.
Nada de ti encontro
nada que me faça estremecer o coração.

Papoilas, espigas doiradas, seara
de sentimentos diversos, que ilustram
todos os sonhos num mundo a que os atirei.
Onde se escondem os versos
cantigas que já ouvi, poemas
feitos no vento e cantados ao luar?

De novo me deito, o canto
que ouvia já se calou. Ou fui eu que percebi
este silêncio em que estou e me deixei embalar
pelas vozes no meu pranto.


Maria da Luz S.
(Lu)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Desalento

 
Prometi ao tempo que te esquecia
prometi e tentei cumprir.
 
A esfera dos meus sonhos era tudo o que
me fazia recordar... e esperar que ainda te
pudesse amar... sem dor nem sofrimento...
Mas o tempo, esse traidor de sonhos, transformou
o que era lindo em desilusão e desalento.
 
Maria da Luz S.
(Lu)
 
 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A dor é pensar em ti


A dor é pensar em ti.
É saber-te longe.
Recordar quem fomos.
Relembrar momentos.
Ficar acordada nas noites.
Deixar o silêncio adormecer.

Tudo isso é dor.
É não te esquecer.

Maria da Luz S.
(Lu)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Quando estás comigo

Imagem da net


Quando estás comigo é como se não estivesses.
Como se a ausência tivesse tomado conta de ti.
Eu espero que regresses, que venhas em presença
que estejas comigo desejando-o
sem te ser um sacrifício estar aqui.

Maria da Luz
(Lu)

domingo, 27 de janeiro de 2013

Rosa desfolhada

(Imagem da Net)
 
Havia gelo na estrada.
Mais gelo tinhas tu no coração.
E como rosa desfolhada
tinha eu a alma amarga
caminhos da perdição.
 
Maria da Luz S.
(Lu)
 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Era tão fácil

(Imagem da net)
 
Disse-te adeus. Continuei a sorrir
nem para trás olhei e caminhei
ao encontro de quem me esperava
no fim da rua onde te deixei.
 
Era assim tão fácil...
e eu nunca percebera
que o canto das pombas e das rolas
também anuncia a primavera.
 
Maria da Luz S.
(Lu)

 

De novo

O ano que se inicia taz com ele a esperança fugidia
que se arredara do meu peito. E eu agarro-me a ela
novamente a deixo entrar e lhe dou a minha melhor sala.

Lu