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Sou apenas um pontozinho no Universo. Não existo fora de mim ou deste espaço, alguém me criou e aqui nasci. Mas nascer é o quê, começar a existir ou a viver? Cada dia encontro uma resposta, em cada dia uma resposta diferente. Por isso nada sei do que eu sou.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Silêncio e canto

 

Levanto-me do chão, no completo
silêncio das searas. São grilos os que cantam
cigarras ou as moças no caminho?

Escuto vozes assombradas, o vento
traz-me os sons que ali roubou.
Procuro o teu caminho, o fado que cantavas
as esperanças que espalhavas.
Nada de ti encontro
nada que me faça estremecer o coração.

Papoilas, espigas doiradas, seara
de sentimentos diversos, que ilustram
todos os sonhos num mundo a que os atirei.
Onde se escondem os versos
cantigas que já ouvi, poemas
feitos no vento e cantados ao luar?

De novo me deito, o canto
que ouvia já se calou. Ou fui eu que percebi
este silêncio em que estou e me deixei embalar
pelas vozes no meu pranto.


Maria da Luz S.
(Lu)

1 comentário:

Ailime disse...

Outro poema muito belo. E aqui me quedo no silêncio. Um beijinho. Ailime